Desde que parei de fazer retiros com supostos gurus, há anos… ficou a saudade de estar longe de tudo e de todos, de estar apenas no silêncio que a cidade não permite, apenas no barulho da minha mente – que já é bem intenso e vai comigo onde quer que eu vá, assim como na música: “eu tentei fugir de mim, mas aonde eu ia eu tava…” https://www.youtube.com/watch?v=u2sbYfYx47g
Gosto dessa canção, tão verdadeira. A gente tenta fugir de tantas coisas, mas no final das contas, tudo se resume em olhar no espelho sem roupa, sem filtros, sem vergonha. O que resta é ‘eu e Deus’, eu e meu lado sano ou insano. Tudo o que eu alimentar no meu campo mental e emocional vou potencializar e atualizar.
E eis que essa semana sou presenteada com um positivo para esse coiso que no me gusta ni hablar el nombre, como em Harry Potter, não se fala o nome do “you know who”. Cada vez que falamos o nome de alguém, estamos chamando essa pessoa energeticamente, em voz alta ou só no pensamento.
Para que chamar o coisa ruim?
Eu, nem jovem, nem donzela, me tranco no alto da torre com vista para o mundo que me rechaça. Qual príncipe vem me salvar? Aqui no alto, cavalo branco não chega, se vier, que seja de helicóptero ou drone! O meu príncipe: o princípio masculino, tão parte de mim quanto o feminino, não virá de fora, já existe e está atuante. A lenda de um salvador masculino na vida das mocinhas é nada mais que o “casamento sagrado” de nossas polaridades, eu comigo mesma.
Aliando a sensibilidade e a razão fica mais fácil navegar por esse mundo, assim assumimos a maturidade e maioridade aos 16 anos, como no caso da Bela Adormecida. Na sociedade atual, isso pode levar uns 30 anos dada a atrofia imposta aos jovens, à falta de liberdade para assumir riscos, à falta dos rituais de passagem que preparam corpo e espírito para a vida adulta…
Os povos considerados primitivos nunca dispensavam seus rituais. O menino tinha de caçar seu leão e trazer o seu dente no pescoço para entrar no grupo dos grandes.
Novos desafios, novos aprendizados.
No momento, estou em treinamento intensivo para pedir e receber. Receber a água para beber, a comida no prato que não posso preparar, as energias e reiki enviadas por vários colegas e amigos, irmãos… Gratidão infinita! Pedir tampouco é fácil para mim, sou do tipo de sair fazendo logo e pronto!
Estou treinando delegar e descansar, deitar e dormir a qualquer hora porque dá um sono pesado! Estou quase sem sintomas, só tive dores no corpo no primeiro dia, comecei a tratar logo, passou, mas o cansaço segue por aqui.
A pessoa elétrica que corre para lá e para cá o tempo todo agora tem de parar. Pensa: não é desacelerar, é PARAR mesmo. Só que nesse momento o corpo ajuda porque ele desliga os motores. Então acontece de levantar para tomar um banho, pega a roupa, ajeita umas coisas e… volta para cama porque faltou energia! Aguarda mais um pouco e recomeça. O dia fica todo picado, cheio de intervalos, nada rende, a leitura não flui, a mente não concentra, meditar não rola, ver TV quase não existe no meu mundo então nem me passa pela cabeça… Vou ajustando as coisas na medida do possível.
Sou esse paciente vivendo um minuto de cada vez. O que é possível fazer agora? É isso.
Antes desse retiro, tive outro também comandado pela saúde onde me vi radioativa e tinha de ficar longe de todos por uns dias. Foi um pouco antes de começar essa plandemia que deixaria Maquiavel enrubescido de vergonha. Como era uma questão apenas minha, toda a psicologia da família foi mais suave.
Essa semana a coisa está bem diferente. Quem assistiu “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos” de Almodovar pode começar a imaginar… Nervos à flor da pele. Sobrecarga dos não contaminados. A vida segue. As pessoas precisam comer (já falei para viver de luz, mas ninguém me dá ouvidos!), louça e roupas para lavar, mais o trabalho de cada um… Fica pesado para quem está livre para passear pela casa. Aprendizado diferente nesse caso: o que é realmente prioridade?
Interessante que, desde o começo dessa estória toda, há 2 anos, eu tomei a resolução de não pegar. Foi uma escolha consciente suportada por uma mente forte. Fiquei todo esse tempo tranquila, fazendo meu trabalho, cuidando das pessoas. Semana passada, vi o depoimento de uma colega reikiana no grupo e algo mudou em mim. Reproduzo aqui uma parte:
“Fiz o reiki e, no meio da transmissão, perguntei por que estamos passando por tudo isso se validamos o tempo todo que uma vibração alta mantém nossos corpos preservados dessa experiência? A resposta foi: vocês precisam ter a informação do vírus e agora é o melhor momento pois tem vários vírus circulando, algumas pessoas pegando mais de um. Além disso, as experiências estão sendo mais leves. É o momento de entrar no campo dos servidores da luz.”
Ao ler isso, instantaneamente, me veio o pensamento: “ok, então agora eu posso pegar.” Como se uma outra instância minha tivesse me dado ali uma ‘autorização’. Estranho. O pensamento foi embora rapidamente. Vida que segue.
Na semana seguinte, meu irmão que havia passado uns dias de férias no Brasil, me avisa, desde Madrid, que testou positivo ao chegar lá, depois de ter feito 2 testes (negativos) para embarcar. Estranho. Na mesma noite, na hora de deitar, sinto uns calafrios macabros… Não fiz febre, tecnicamente, mas meu corpo sinalizava que estava se debatendo com algo.
Olha como a gente tem poder de escolha: quando me veio o tal pensamento de autorização, eu nem pensei em cancelar. Poderia ter feito isso e eliminado a possibilidade. Mas deixei seguir o curso e pegar o coiso e ficar de molho e pausar a vida por uns dias.
Sinto falta de trabalhar, atender meus clientes queridos. Porém, com essa experiência, meu corpo desenvolve a imunidade necessária para essa fase esquisita do planeta. Naturalmente. Aliás buscar cada dia mais produtos naturais para minha vida é um dos meus objetivos. Firme nesse propósito.
O corpo sabe o que é melhor para ele, tanto que logo na terça de manhã, depois da primeira noite mal dormida, eu tomei óleos essenciais em cápsula. Normalmente faço apenas uso tópico e inalatório. Senti uma melhora quase imediata e fiquei bem animada. Na quarta, eu já estava bem melhor e meu corpo rejeitou os vidrinhos, ele disse: para! Um atendimento que recebi de biomagnetismo indicou que meu fígado estava sobrecarregado! Olha só! Era para parar mesmo. Talvez nem devesse ter começado…
Aprendendo a ouvir e respeitar meu corpo todos os dias. Ele sabe.
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