Então, um belo dia, você começa a sentir coisas no corpo que não combinam com a pessoa saudável que julga ser e a coisa vai se desenrolando até o diagnóstico temido da época atual. O resto dessa estória você já conhece, está aqui https://reikiquantico.com/2022/01/14/retirada-na-torre/
Passado um mês desse evento sinistro, tenho a declarar que algo muito estranho ocorre nesse planeta, muito esquisito mesmo.
Sensação é algo difícil de descrever. Sabe quando você tem uma sensação de que algo está errado ou fora de lugar, ou alguém está ali mas ninguém vê, ou que algum evento está para acontecer? Mesmo sem poder explicar ou mostrar, algo acontece no reino do invisível.
Dessa experiência, me restou quase somente uma sensação de que algo muito estranho entrou no meu corpo (e não foi espírito não, he he) e bagunçou algumas coisas por aqui. Sou de natureza matutina e ando com bastante dificuldade para acordar cedo. Tenho dormido mais horas que o normal. Cansaço? O corpo entrando em nova fase? Isso pode ser físico mesmo, dado o desgaste em reorganizar meu exército de salvação.
Levei 4 dias para concatenar as ideias para escrever o último texto citado acima, uma eternidade. Tudo bem que estava dentro do tornado naqueles dias, mas não era um texto que exigia pesquisas nem grandes elucubrações. Ter o campo mental afetado de uma forma absurda como essa não foi nada confortável. Peraí, essa não é uma doença mental ou neurológica, ou é? Afinal de contas, o que é isso?
Sempre me considerei uma pessoa saudável, porém isso não me impediu de contrair algumas doenças e desenvolver outras. Aos 15 anos, peguei varicela numa viagem a Portugal e me curei sozinha antes de retornar a Madrid. Qual foi o remédio? Talco de bebê para aliviar a coceira nas costas cravejadas de feridas e SÓ. Nem me levaram ao médico. Isso doeu no emocional mais que no corpo…
Quando eu era bem pequena e morava no interior, peguei sarampo. Tive direito a bastante colo do papi por causa disso – essa foi, sem dúvida, a melhor parte. Eu dei sorte dele estar por perto. Ele tinha um cargo no banco do estado que o tirava de mim por longos meses e com muita frequência. Era muito difícil ficar longe dele e, por causa disso, aprendi a contar muito cedo: para saber os dias que faltavam para ele voltar.
Naquela época, quando uma criança na rua pegava uma doença contagiosa como caxumba ou catapora, os vizinhos colocavam seus filhos para brincar junto afim de que todos pegassem logo. Pelo contato, todos criavam a santa imunidade mesmo sem adoecer. Os irmãos eram mantidos juntos com o mesmo objetivo. Nem todos pegavam e a imunidade era compartilhada. Meus dois irmãos mais velhos tiveram caxumba, eu não. Eles tampouco pegaram sarampo de mim. Nada das separações ou isolamento que estamos vivendo hoje. Olha que interessante ponto de vista….
Eram tempos de menos informação e menos tecnologia.
Quando você recebe essa informação, como isso vibra em você: julga essa sociedade antiguinha como “atrasada”, torpe e dá graças a Deus que não viveu naquela época? Essa prática de adquirir imunidade naturalmente te parece perigosa, insana ou natural e tranquila? Traz uma sensação de leveza ou peso?
Lembro que quando minha mãe estava grávida do sexto filho (que não nasceu, assim como o quinto também não, o sétimo veio!), Marcão, um primo nosso que morava em casa pegou rubéola. Era muito comum ter um parente morando em casa. Eles vinham estudar ou ganhar a vida na cidade grande e, mesmo que morássemos num apartamento bem pequeno em 6 pessoas, sempre tinha lugar para mais um!
Temos então o seguinte quadro: o primo com rubéola em casa e minha mãe grávida com o risco de ter um bebê com sequelas num espaço apertado, onde a gente se esbarrava o tempo todo. Eu tinha uns 7-8 anos, época do meu desenho japonês favorito, Godzila, e eu nem conseguia pronunciar esse nome – para mim sempre foi “Guzula”.
Minha mãe passava nas costas do primo enfermo as pomadas que o médico prescreveu. A gente só olhava sem compreender a gravidade do momento. Ela nunca pediu para a gente fazer isso por ela. Como será que ela se sentia? Nesses momentos de preocupação, quais marcas ficaram na sua psiquê? Segundo o médico, a perda do bebê não foi causada pela rubéola. Essa doença teria provocado cegueira ou surdez. Só Deus sabe…
Muitos anos mais tarde, quando eu fiquei grávida, testei para anticorpos de rubéola e lá estavam eles: firmes e fortes me impedindo de ter essa doença por ter compartilhado a casa, o banheiro e o oxigênio com o Marcão. Gratidão primo distante, nem sei por onde você anda.
A gente crescia assim ‘tudo junto e misturado’. Quando a medicina foi se aprimorando, novos exames e equipamentos sendo criados, passamos a ser ensinados a não confiar no nosso sistema imunológico e a buscar fora do nós ajuda para as curas.
A vida mudou, as coisas se complicaram. Somos bombardeados com tanta informação, tantos estudos, tanta radiação e energia eletromagnética que nossos corpos estão sobrecarregados e enfraquecidos.
A mesma terra produz o nosso alimento há milênios – está esgotada, pobre de nutrientes. A água que consumimos cheia de resquícios de antibióticos e outros elementos tóxicos. O tratamento de esgoto não alcança grande parte da população. Segundo dados da Agência Brasil, até 2019, menos da metade da população tinha tratamento de esgoto no país. Caso fosse uma prioridade política, já teria sido resolvido. Nem vou começar a falar de estresse…
Não quero parecer saudosista, do tipo ‘antigamente que era bom, sem luz elétrica, sem água encanada’ – nada disso! Sou grata a todos esses avanços! Eu mesma já precisei de exames complexos e cirurgias. Independente da medicina ter sucesso em muitas frentes, quem se cura é o corpo. Quem ativa ou desliga os genes cancerígenos é o corpo. Quem corre atrás de células alucinadas é o corpo. Ao ingerirmos insumos de qualidade duvidosa, comprometemos o trabalho desse ser magnífico.
Um equilíbrio dinâmico entre tecnologia e natureza, entre tensão e relaxamento, entre uma mente acelerada e descanso real do corpo físico e mental… Comer bem, dormir bem, cuidar dos pensamentos e emoções, fazer exercícios físicos, fazer check-up, terapia, ter atividades prazerosas sem fins lucrativos, apenas pelo prazer de estar lá…
Esse encontro das polaridades pulsa como um pêndulo ao longo da vida. É possível e é o objetivo de milhares de pessoas. Por essa senda, eu sigo caminhando. Sem desprezar as modernidades, mas sabendo que, no fim do dia, sou eu e minha consciência que vamos dar conta (ou não) da vida. É minha consciência quem me orienta nas escolhas a cada momento, se mais para lá ou mais para cá… Como costumo dizer: estou sempre só, só eu e Deus e isso basta.