Certa vez, ouvi de um mestre considerado iluminado: “se a vida é uma escola, os relacionamentos são a faculdade”. A arte de ‘ser humano’ não é nada simples. O conhecido mestre acabou por afogar sua lâmpada de querosene justamente nessa questão tão delicada.
Todos erramos e, se formos generosos conosco, erraremos muitas vezes na vida. A humildade de reconhecer nossas limitações e trabalhar para superá-las não vem no kit de primeiros socorros dessa encarnação. Precisa ser treinada e não tem simulação disponível: é on the job em tempo real, ao vivo e a cores, à base de tentativa e erro, com o barco sacodindo no mar aberto das emoções. A habilidade de navegar por essas águas turbulentas é um desafio constante.
O famoso bordão: “… e viveram felizes para sempre” encerra muitos romances modernos, porém está longe de ser o fim de uma estória de pesquisas pelo par ideal. Na realidade, é apenas o começo de uma grande aventura.
Quando duas pessoas se juntam, o que acontece de verdade? Eu vejo mais ou menos assim: chocam-se duas galáxias com seus cometas errantes de sustos, planetas de traumas, poeira cósmica feita de ideias sutilmente implantadas, gravidade à base de limitações crônicas…
Pontos de vista herdados de famílias diferentes mais os acumulados na trajetória nada previsível geram inseguranças (= medo), orgulho (= medo disfarçado) e, para justificar tudo isso, criamos muitas regras! Dessa colisão, alguns planetas serão sugados no buraco negro enquanto supernovas brilham à custa da destruição. E dá-lhe Shiva! Como trabalha esse cara!
Trago uma reflexão sobre a rigidez que afeta os relacionamentos e que.. sem querer querendo… impede as delícias da intimidade também, de maneiras disfarçadas em gostos e preferências.