Agora a vez da terceira lei – imprescindível como o motor da evolução – a lei do carma. Carma não se traduz por castigo como pensam alguns. Carma significa ação. Simples assim. Diz respeito a plantar e colher. Ação e reação andam de mãos dadas pela vida coreografando uma dança no espaço-tempo, conduzindo as almas de uma realidade a outra de acordo com as suas escolhas, sempre entrelaçadas com as ações e escolhas dos outros.
Lá na escola, estudamos a física clássica de Newton, cuja terceira lei diz: “A toda ação sempre há uma reação de mesma intensidade e direção, porém sentidos opostos.” De forma contundente, embora menos científica, Jesus disse: “A cada um lhe será dado conforme suas obras.”
Ao plantar bananas, tenha certeza que não vai colher abacaxis.
Uma vez realizada a ação, é só esperar a reação correspondente. Ela virá. Sem pressa, sem dúvida. Positiva ou destruidora. Na contabilidade espiritual, não existe caixa dois, todos os atos são registrados e todas as promissórias são quitadas.
No plano espiritual, a lei é aplicada instantaneamente. Pensou – criou. Pediu – chegou. Já no nesse plano aqui 3-4D, devagar quase parando, movido a manivela, as coisas levam teeeeemmmmpoooo para acontecer, o que permite às pessoas esquecerem suas ações passadas. E, não mais que de repente, ao virar uma esquina da vida, surpresa! Dão de cara com doenças/obstáculos/problemas/decepções sem ter a mais remota lembrança de ter plantado essas ervas daninhas.
Quais sementes você vai plantar?
Mesmo para quem parece viver na desonestidade e se safar sempre, um dia a conta chega. Talvez você e eu não estejamos aqui para ver, mas chega pois não há corruptos enrolando processos indefinidamente no tribunal de justiça astral. Há justiça e ponto.
Se acrescentamos o carma de vidas passadas nesse jogo, embola mais ainda o meio de campo e a turma do “isso não é justo” grita alto! O carma de outras vidas vem com brinde: amnésia total 100%. Parece covardia, mas não é.
Será que estamos fadados a viver uma vida de amarguras e fracassos porque em 1800 e bolinhas um outro “eu” matou o irmão numa briga por comida? Que poder temos sobre o que já aconteceu? O que passou, passou.
Porém, hoje vivemos as consequências das escolhas que fizemos no passado recente ou remoto. O amanhã é resultado das escolhas que fazemos hoje. Escolha, essa é a chave que pode mudar o futuro. Escolha! Escolha! Escolha! Não entregue esse poder a outro, escolha você – por você – o que você quer!
Escolhemos a cada minuto todos os dias, conscientemente ou não, milhares de vezes. A maior parte das escolhas são inconscientes pois se tornaram condicionamentos implantados ao longo dos anos, como programas de computador da mente desenhados para responder a estímulos específicos de uma determinada forma. Semelhante aos pobres ratinhos de laboratório, branquinhos e de olhos vermelhos (seriam vermelhos de raiva ou sua coloração natural?) torturados por choques até “aprender” a apertar um botão X antes de cruzar a ponte, controlando seus instintos. Com o tempo, os choques podem ser desligados porque eles aprenderam, ou seja, internalizaram o programa e usam seus controles internos com eficiência.
Da mesma forma, somos adestrados durante a vida e vamos aprendendo como reagir. Aprendemos a ser bonzinhos, educados, prestativos, eficientes… Somos animais de outra estatura vivendo sob o mesmo conceito behaviorista. Qual é a faixa de livre arbítrio que temos de verdade? Será que depois de toda programação cultural, religiosa, com base no sexo, na classe social e na história familiar realmente nos resta alguma liberdade de ação? Pouco, mas resta sim!
Como seria se fôssemos livres?
Saberíamos dar suporte a crianças livres e cheias de talentos
sem destruir seu mundo interior?
Como seria esse mundo?
Isso também é uma escolha, individual e coletiva. Deepak nos convida a ficarmos atentos às nossas escolhas. Quando escolher algo, pergunte-se quais serão as consequências. Você ficará mais alegre e feliz? E as pessoas ao seu redor, como será para elas? Se você avalia que as consequências trazem alegria, siga em frente!
Pergunte-se também como se sente em relação a essa ação/escolha? Se você se sente confortável, em paz, ótimo! O caminho se alinha à sua essência. Se sente “frio na barriga”, irritação, incômodo etc – ops, sinal vermelho! Para mim, frio na barriga não é só coisa de criança na montanha russa. É meu plexo solar gritando socorro!
Aqui voltamos à questão de sentir e conversar com o nosso corpo – falei sobre isso em outro post Fale com seu corpo. . Nosso corpo tem uma sabedoria imensa, sensibilidade e conexão direta com o divino. Mesmo que não saibamos conversar com ele diretamente, é sempre tempo de aprender.
Qual é o sinal vermelho que seu corpo dá quando algo não se encaixa bem?
Com relação aos carmas de outras vidas, quando algo “ruim” acontecer, você tem duas opções: ficar morrendo de raiva e reagir com violência aumentando ainda mais a revolta, o sofrimento e o próprio carma.
Ou, outra alternativa seria você perguntar a si mesmo o que tem a aprender com a situação. Existe sempre uma razão para que as coisas aconteçam. Você transmuta o carma quando aprende as lições que a vida traz – afinal você plantou = você pediu. Se puder ajudar outras pessoas a aprenderem com você, ampliando o aprendizado ao nível coletivo, melhor ainda.
Assim você paga suas dívidas cármicas com cartão de crédito de ouro, enriquece sua experiência e, provavelmente não precisa sentir o retorno exatamente na mesma moeda como propõe Newton – pode conseguir um bom desconto e passar para a próxima fase.
Trabalhar as escolhas pode ser um desafio, entretanto vale mais a pena do que viver dentro da caixinha longavida sem vida, sem cor e sem sabor – na normalidade. Como dizia Hermógenes, grande professor de yoga:
Continua…. Quarta Lei: Lei do Mínimo Esforço. Parece coisa de gente preguiçosa, mas garanto que não é!