O que está acontecendo comigo?
Preciso escrever, faltam as palavras.
Preciso abrir a porta das ideias, cadê a chave?
Preciso libertar os temas apertados dentro da minha cabeça, quebrar as grades.
Preciso meditar…
Preciso preparar atendimentos.
Preciso divulgar o meu trabalho.
Preciso parar de falar ‘preciso´.
Mas o braço dói e quando o braço dói, preciso escrever.
Escrever é terapia, é cura.
Escrever é sanidade.
Escrever é capacidade de embaralhar palavras com sentido.
Escrever é cuidar do mundo interno.
Escrever é sentar e ficar e calar e falar tudo ao mesmo tempo.
Escrever é ajudar.
Escrever é espalhar.
Escrever é compartilhar.
Escrever é se expor.
Quem escreve está à mostra da vida.
Quem escreve não fica anônimo.
Quem escreve sente as palavras como carinhos no rosto e abraços no coração, lá dentro.
Quem escreve solta as palavras ao vento para criarem suas próprias asas e escolherem seus destinos.
Quem escreve apenas começa a escrever, depois a escrita se faz por si, independente, enviada, entregue.
Quem escreve se entrega à escrita como a um mundo novo.
Quem escreve acha que cria mundos mas apenas deixa que eles passem através dos dedos para aterrissarem no papel.
Quem escreve não é dono da escrita, nem das próprias mãos, não é dono de nada.
Quem escreve sente a vida fluindo em forma de letrinhas saltitantes intermeadas por pontos e vírgulas.
Quem escreve pulsa com cada exclamação.
Quem escreve sente frio na barriga com cada interrupção ….
Quem escreve está à disposição.
Quem escreve?