Você bonito na foto!

Se essa é a sua foto antiga, ela é também sua foto mais atual. Você é apenas luz, veio da luz e vai voltar à luz. Você é um raio de luz que deixou a fonte para experimentar a vida em suas várias possibilidades e dimensões. É como visitar um parque de diversões: tem um monte de brinquedos e simuladores radicais ou suaves, no escuro ou a céu aberto, embaixo d´água ou no meio das árvores… Você escolhe onde brincar. Pode repetir a montanha russa quantas vezes quiser. Quando anoitece e já explorou o que queria, volta para casa, volta para a fonte.

A gente vem brincar e esquece que é feito de luz, que é parte da fonte maior de amor e acaba levando a vida a sério demais. Alguns enjoam rápido e saem em busca de outros parques, outros mundos. Tem aqueles que se apaixonam por um brinquedo e passam a morar no parque para sempre para sentir cada emoção quantas vezes quiser – para sempre sendo muito muito tempo. Então a necessidade de repetição de uma emoção prende o visitante ao parque.

As emoções são o cordão que nos liga ao parquinho da Terra, o que nos mantém aqui. Tanto as emoções positivas como as negativas – já que aqui tem essa tal dualidade e tudo tem dois lados, como nós também temos. E como a vida é eterna, você pode ficar o tempo que quiser. Ninguém te força a sair porque, no final das contas, o único cobrador que temos é nossa própria consciência divina – nosso Eu Superior, nosso guia interno, tão próximo quanto nosso coração. Ele tem a chave da nossa sabedoria. Ele tem o acesso ao tesouro inconsciente que temos dentro de nós.

Quantas vezes por dia nos comunicamos com esse ser de luz que somos e que fica brincando de esconde-esconde no nosso coração? Diz o ditado: quem procura, acha. Então, a sugestão é: vamos procurar, mas procurar direito, procurar DENTRO de nós, com paciência e persistência. E muita compaixão por nós mesmos por todas as dificuldades que encontraremos. Roma não foi feita em um dia. Tem dias em que meditar é a coisa mais natural de todas. Em outros, parece que o mundo inteiro está de pernas para cima e, decretar uma trégua, dar pause no sistema, pode ser a ação mais acertada – sem cobranças, sem se maltratar.

Com prática e disciplina podemos encontrar as respostas. Ampliar nossa percepção de mundo, de nós mesmos. Ampliar nossa luz e permitir que ela nos guie. Sermos os nossos próprios guias. A prática nos tira da fila de desempregados do coração que ficam buscando fora de si as respostas – como se houvesse uma pílula da felicidade em algum lugar mágico numa montanha na Nova Zelândia ou um guru milagroso na Índia que vai resolver todos os problemas…

A crença em um deus que observa o mundo desde o seu olimpo particular e decide quem vai para o trono ou não vai, quem vai surfar nas ondas perfeitas do éden ou arder no inferno por toda a eternidade coloca a gente numa posição de inferioridade incapacitante. Esse deus decide tudo e eu só tenho de seguir as regras e ser boazinha. (Mas quem é que faz as regras mesmo? Na realidade, são pessoas como eu: humanas, cheias de problemas e interesses diversos.)

Esse deus distante e inacessível só poderia ser alcançado contratando-se intermediários – igrejas e seus santos. Seria petulância demais sonhar com um contato direto com a fonte de amor e sabedoria. Isso é para os poucos escolhidos. E quem se sente escolhido aqui?

Por isso, quando o budismo entrou na minha vida com seus ensinamentos simples, entendi a minha resistência em relação à religião. Não era o tal deus todo-poderoso que me incomodava, mas a forma de oração e de adoração, a proibição de fazer perguntas, a noção de que fé é acreditar sem ver e sem questionar. Fé não é o problema – há tantas coisas que eu não vejo com esses óculos vermelhos mas sei ou sinto que existem. Ter poder também não é problema – mas entregar todo o poder a algo externo abstrato e distante, aí já fica complicado para mim.

Faz muito mais sentido acreditar que nascemos perfeitos embora encobertos por uma capa de poeira, capa que vamos sacudindo ao longo do caminho à ascensão do que acreditar que já nascemos pecadores e, logo de início, precisamos nos limpar dos nossos erros.

Numa empresa séria, produtos com defeito são barrados no controle de qualidade e devolvidos à fábrica. Para nós, é permitido sair da barriga da mãe cheio de defeitos porque esse deus é misericordioso, tem pena de nós e vai nos ajudar. Mais uma vez, sou colocada para baixo e isso também me priva do meu poder pois, como vítima da vida, fico de mãos amarradas.

Por outro lado, ativando a nossa luz interior descobrimos quem somos, do que somos capazes, assumimos responsabilidade por nossas escolhas e podemos ter sim uma linha direta com esse criador do qual fazemos parte – ser filha de deus para mim é isso, é ter participação ativa na genética divina, na herança e na criação, é ser parte de uma luz maior. Se não está bom assim, podemos escolher melhor da próxima vez, podemos ajustar a direção do barco deixando nosso deus interno se manifestar como fonte de amor e sabedoria.

Então, namastê para mim e para você: mãos juntas na altura do coração e um gesto de reverência pois cada encontro é um encontro entre deuses: “o deus que habita em mim, saúda o deus que habita em você”.

 

Publicado por Denise Fracaro

Sou uma pessoa que não cansa de estudar, em busca constante de autoconhecimento, com imenso prazer em compartilhar seus achados para o benefício de todos os seres. Além de blogar, trabalho com terapias quânticas usando diversas técnicas e dou cursos e workshops.

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