Uma bailarina frustrada que começou a dançar tarde na vida. A coleção de sapatilhas cor de rosa já foi doada há muito. Fica a percepção do movimento, da fluidez, do ritmo e da música.
Nos filmes, a trilha sonora embala os momentos marcantes. A vida real dança sem som, sem contrabaixo, sem violinos…
A trilha da vida aceita batidas do coração de ansiedade ou paixão; batidas de porta carregadas de frustração estourando os tímpanos; gritos de alegria ou pavor; risadas soltas e fartas das crianças; soluços calados de uma tristeza que não encontra meios de se libertar.
Dançar é como a vida: movimento constante, alternando expansão e contração. Separação e recolhimento. Envio e recepção. Encontro e desencontro.
O par alonga os braços e some do vazio sem uma separação verdadeira: um fio tênue de energia conecta os parceiros como um elástico invisível… apenas para juntá-los no instante seguinte. O fluxo é continuo por mais que desejemos pontuar determinadas datas.
Que sejamos o fio que une em vez do espaço que separa. O espaço ‘vazio’ é pura ilusão, nada é vazio no universo. Tudo é feito desse bloco de construção universal invisível: prana, semente da vida, orgon, amor – chame como quiser.
Mais um ano no calendário artificial criado por homens de poder. O que importa na realidade é como você vai fluir por esses dias e como vai deixar a Vida fluir através de você.