Acorda domingo, a pessoa aqui se senta na varanda para meditar ao sol morno da manhã e eis que surge trabalho. Meu trabalho não depende de computador nem materiais, de forma que foi feito um atendimento ao cliente d´além mar que me chamava pela rede invisível que nos conecta a todos, a uns mais que a outros pelos laços que vamos criando ao longo da vida.
Interessante as similaridades entre esse rapaz e outro cliente que atendi nessa semana: dois homens crescidos, carentes, resistentes, cercados de paredes para evitar o sofrimento. Na expectativa de receber o amor de uma determinada forma de uma determinada pessoa – o que não ocorreu – não conseguem receber de outras pessoas, nem de outras maneiras. Afastam-se da abundância. Só que não sabem disso, não faz o menor sentido!
Como os dois estão longe daqui – um a 6 horas de carro e o outro a 10h de avião – fica impossível estarmos na mesma sala nessa realidade.
Dores semelhantes compartilhadas deram o start: a carência de mãe desde pequenos criando um buraco no peito.
Nesses dois momentos, a atuação precisa e amorosa de Mãe Maria, colocando no colo e curando o coração partido. Tem melhor frequência para curar esse vazio? Não relato isso porque me ache especial de alguma forma, mas sim porque:
Primeiro, ela não vem para mim, vem por eles.
Segundo, todos podemos acessar essa frequência quando e onde desejarmos. Basta pedir, basta se abrir para receber!
Terceiro, ela e outros milhares de seres benevolentes estão o tempo todo nos ajudando e nós, na nossa infinita prepotência, ou os ignoramos por completo ou recusamos o seu auxílio.
A atuação dela e sua equipe nesse momento de transição da humanidade, no qual tantas pessoas se sentem perdidas e abandonadas, é imprescindível. Para distribuir o amor que a mãe terrena não consegue, não sabe, não acessa. Essa também, muito provavelmente, está estragada e desnutrida emocionalmente, só pode ofertar o que ela é, também precisa de curas.
Nem sempre o rebento recebe o amor = atenção como ele gostaria. E fica faltando um pedaço da vida. Nasce a desconfiança. Em quem confiar se a pessoa primeira, de quem você dependia, era tudo para você, não pôde te agasalhar como precisava?
Para se proteger das dores futuras, das decepções a gente se fecha, se endurece, fica frio ou agressivo e, com esse comportamento, afasta as pessoas que poderiam ser uma boa contribuição na jornada. Afasta sem querer afastar.
Cada vez que somos bem sucedidos em “dar errado”, esse buraco cresce um pouco mais. Afinal de contas, você já previa! Você já sabia que não iria funcionar – nunca funciona! Suas profecias pessoais são reforçadas a cada separação, a cada fracasso.
Como resolver isso? Como romper esse círculo vicioso de sofrimento retro alimentado por nosso passado e criações mentais? Como ter um futuro diferente desse padrão de dor e solidão?
Cada um encontrará a sua receita: terapias diversas, quebra de crenças, cura da criança interior… ESCOLHA!
Aceitação… Aceitação é fundamental, é o ponto de partida: deu errado, ok, chega de mimimi e vamos! O que aprendi com isso? Como isso me fortalece? Como isso me fez o que eu sou? Como isso me conecta às pessoas?
Perdão… Perdão não é para se sentir superior a ninguém, é para se libertar das bolas de ferro presas no pé e seguir caminhando em frente. Raiva e ressentimento criam laços fortes entre as pessoas. Cada um faz o melhor que pode com a consciência que tem e pronto! As nossas mães e nossos pais também! E você escolheu seus pais, então… precisa desenhar?
Você pode escolher passar a vida responsabilizando os dois pelos seus fracassos ou você pode escolher criar uma nova estória como você realmente deseja.
Não deixe o passado ditar o seu futuro! Se resistimos em olhar esses padrões, eles continuam lá sorrateiramente comandando o show da vida.
Parece insano, mas encontro pessoas de mais de 60 anos reclamando dos pais como se fossem crianças. Não que eles não tenham maturidade, é que as dores ficam congeladas no corpo com a idade que tínhamos quando ocorreram e reagimos da mesma forma. Apenas, mudamos o padrão, mas “damos piti” como os pequenos. Em vez de nos jogarmos no chão chorando ou quebrar o brinquedo, adultos sofisticados usam recursos como buscar autorização da ‘madame Cachaça’ para falar verdades, fazer greve de sexo ou pegar um monte, ficar doente (igualzinho criança), bater o carro… O tamanho do prejuízo e o impacto nas pessoas ao redor só aumentam.
Essas memórias, crenças congeladas – melhor abrir o baú de desgraças, olhar foto por foto, perceber que você agora não é mais aquela pessoa, que nada disso realmente importa, que ninguém pode te ferir, que estamos sempre amparados e ESCOLHER uma vida plena.
Se hoje fosse o último dia da sua vida, você escolheria passar esse dia remoendo o passado? Com raiva do que te fizeram ou deixaram de fazer? Com raiva de você mesmo pelo que não funcionou bem? Com medo de chamar alguém novo para brincar, para curtir? Percebe quanto tempo e energia desperdiçamos nessas atividades mentais destrutivas?
A cada dia, estamos mais perto da morte, mais perto de devolver esse corpo ao planeta e seguir para outro plano.
Hoje, com esse corpo incrível que você tem, o que te dá prazer e alegria?