Dia de chuva, feriado, descanso, tempo de ficar em casa e curtir um dolce far niente. Tempo de paz interna ou de angústia? Questionamentos e dúvidas se fazem presentes. Tempo de revisão de vida. Será que houve algum tempo na minha vida em que eu não tivesse questionamentos? De alguma forma, uma certa insatisfação, um espaço sem cor à espera de ser decodificado rondava no silêncio da mente.
Não sou essa pessoa que nasceu definida sobre o que fazer ou ser na vida. Sempre fui seguindo a corrente, pesquisando possibilidades, testando a temperatura das águas, sentindo se algo cheirava bem ou não. Aliás, o olfato sempre foi importante para mim, um sinalizador forte – a essa sensação de algo cheirando bem ou mal chama a minha atenção naturalmente. E acabei trabalhando com vidrinhos de óleos perfumados – abrindo a respiração e a alma. Convergência.
Depois de tantos cursos e tantas ferramentas, ainda empaco em algumas questões. E eis que, na frente de tudo, salta a minha mente alucinada com essa linguagem cinza:
‘será que agora é a hora de mexer nisso?’ ou
‘será que eu estou “enrolando” a mim mesma?’ ou
‘será que tenho medo de saber que sei o que eu sei e preferiria não saber para não ter de mexer em nada’…
CLAREZA por favor!
Esse ‘será que…’ se apresenta como um sujeito de terno escuro e sujo, empacado, não sai do lugar, não sabe sair, como um fantasma preso na mansão onde viveu um dia, onde permanece encostado à soleira da porta só olhando, sem nada fazer.
Dois pés concretados no chão. A galera boa da bruxaria falaria rapidinho em amarração. A turma da constelação puxaria a cordinha da roda cármica e a sucessão de erros e desastres que nos fazem buscar os nossos torturadores e torturados para acertar as contas. No contexto do espiritismo, seria justo sofrer agora pelos erros cometidos.
Para tudo!
Na matemática da reencarnação essas contas não fecham. Como poderiam fechar? Se temos tantos crimes a pagar… tantos desafetos a curar… em tão pouco tempo!
Assim só resta escolher. Com que grau de liberdade se escolhe? A gente escolhe dentro de um escopo estreito demarcado pela cultura, pelo momento da sociedade, pela família… Desbravar caminhos completamente diferentes não é para muitos.
Os budistas escolhem sair da roda do samsara, sair do ciclo das reencarnações mesmo sem ter zerado as contas. Cantando mantras muitas horas por dia, fazendo prostrações, jejuns, purificando corpo e mente até onde for possível sem a pretensão de atingir a perfeição.
Escolher sair desse ciclo repetitivo e interminável é apenas a primeira escolha, a mais importante, e pressupõe vontade, consciência e liberdade. Depois disso, você escolhe por qual caminho seguir. Existem muitas possibilidades, individual ou coletivamente. Mesmo que faça parte de um grupo, é você com você, sustentado por suas próprias pernas!
A escolha pela leveza do ser traz mais leveza. A escolha pela força interior acessa esse poder. A escolha é a chave que abre e fecha as portas da prosperidade.
Bem pensado
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Obrigada, escolhemos o tempo todo, mesmo quando não escolhemos nada, também é uma forma de escolher ficar do mesmo jeito no mesmo lugar..
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