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Somos os diretores e estrelas do nosso filme-vida: criamos o roteiro, contratamos cenário e coadjuvantes à medida que vamos passando de uma cena para outra. Somos mais antiquados do que supomos e, à moda dos filmes antigos, uma voz sutil narra os eventos como os locutores de rádio narram as partidas de futebol, porém nem sempre com a mesma empolgação dos jogos.
Quantas vezes nos pegamos conversando com essa voz, contando e recontando o que acabou de acontecer ou ocorreu há dias da mesma forma que nossos avós de memória desvitalizada nos contam as novidades de 50 anos atrás. Pensamentos repetitivos que não conseguimos espantar parecem obsessores mentais. Estima-se que 90% dos pensamentos de um dia são os mesmos no dia seguinte e no outro dia e no próximo…
Que efeito terá essa repetição na nossa vida?
Cada vez que abrimos esses arquivos passados, nosso corpo/mente revive todas as sensações como se aquilo estivesse acontecendo nesse exato momento. O corpo secreta os mesmos hormônios como o fez na data do evento. Se você sentiu raiva, a raiva estará presente e viva, bochechas vermelhas, sangue fervendo feito fogo… Se trouxe alegria, alegria é o que você sentirá e é bem provável que se flagre sorrindo sozinho!
Você já percebeu quanto tempo você passa revisando, requalificando e revivendo o que não está mais nas suas mãos para resolver? É como requentar a comida todos os dias na esperança de um menu diferente.
Sem perceber, atuamos em dois papéis: a personagem que vive a vida (seu reality show particular) e o outro papel de reprise neste “vale a pena ver de novo” que nunca sai do ar. “Relembrar é viver” diz a minha mãe e não é que ela tem razão…
No meu interessante ponto de vista, isso tudo é uma grande perda de tempo. Toda essa energia de forma-pensamento poderia ser usada para criar um futuro diferente, mais colorido, mais generoso e sutil. Enquanto ficamos ressignificando o passado nada se cria de novo.
No meu interessante ponto de vista, repetir densifica ainda mais essas emoções no meu mundo: colocando mais energia nelas, tornando-as mais presentes e, consequentemente, atraindo mais do mesmo.
O que você viveu que realmente vale a pena lembrar?
O que você viveu e gostaria de esquecer definitivamente?
Da primeira lista, já fui acusada (in)justamente de, por exemplo, “como você não tem saudade do tempo em que morava em NY ou Madrid? Não era tão legal lá?” Sim, era. Mas passou. Vivi o que pude viver com os recursos e a cabeça que eu tinha na época e bola para frente! O que importa de verdade é o que mudou em mim em função das experiências vividas. Eu fui e voltei do mesmo jeito ou mais leve, sábia, feliz?
A segunda lista, bem… aqui fica mais complicado porque tendemos a grudar no que mais desejamos destruir. Resistência é como superbonder permanente para traumas. Por mais que pareça esquisito, temos uma atração nem sempre secreta para o macabro e violento. Quando acontece uma morte trágica, um acidente na estrada, sangue… muitos motoristas diminuem para espiar ou param para ver. Por quê? Já parou para refletir sobre o que te atrai nessas notícias, nos corpos machucados, nos detalhes de um crime hediondo?
Por que, para quê? Se você não é policial, repórter nem socorrista, o que você ganha com isso? Vai dizer que é ‘só para ter assunto’, que você precisa se manter informado? Sinto lhe dizer, mas não é verdade. Nessa curiosidade tem um prazer distorcido, não revelado. Acessar nossas perversões costuma ser a última coisa que desejamos fazer. O mais comum é se esconder de si mesmo e seguir vivendo como seres bondosos e iluminados que somos, em algum nível.
Se você vive numa região cheia de conflitos, acaba ficando anestesiado a ponto de considerar atitudes maléficas como algo ‘normal’. Se você mora num lugar muito feio e mal cuidado, se acostuma ao cheiro ruim.
Um estudo da BBC de 2019 realizado, em 17 países entrevistou 1156 indivíduos, apontou que as pessoas prestam mais atenção a notícias negativas do que positivas. No Brasil, essa diferença era ainda mais significativa. Pela lei da oferta e demanda, o noticiário concentra seus casos no lado negro da vida. Seria apenas uma busca por audiência ou uma orientação estratégica?
Ovo ou galinha: estamos habituados ao negativo porque nos enfiam isso goela abaixo todos os dias ou dado que vibramos no negativo a ifoodTV apenas atende aos nossos pedidos?
O que vibramos em qualidade de energia é
o que criamos e atraímos.
Se o filme da vida que você tem estrelado não te agrada, você não pode sair do cinema, mas pode mudar. Aliás, você é a única pessoa que pode mudar esse roteiro. Buda disse: “O que somos hoje repousa sobre o que pensamos ontem e nossos pensamentos atuais forjam nossa vida futura.”
Assim devemos observar com atenção e curiosidade nossos pensamentos e, se não gostamos deles, por que os deixamos morar na nossa mente? Eles estão criando a nossa vida. Parece pouco importante para você? Vai delegar essa função a alguém, à mídia?
Chamada para a auto responsabilidade, urgente!!!
Criadores, o que estamos criando como realidade
neste planeta?