Todos os anos, intensas negociações familiares tomavam a agenda nas semanas que antecediam datas comemorativas como páscoa, natal e ano novo. Ítens na pauta: na casa de quem, quem vem, qual será o cardápio, qual bebida levar, compramos ovos de chocolate mesmo ou levamos flores… Quantas decisões “difíceis” tínhamos de tomar! Toda essa arrumação gerava um bom volume de estresse.
Hoje, sinto falta desse estresse. As semanas passaram e nada de conversar sobre esses detalhes gostosos… Silêncio. Esse também está diferente: nada daquele silêncio contemplativo, companheiro da tranquilidade, de um tempo de leitura.
Esse é de outro tipo – um silêncio incômodo, gelado, cinza…
Junto com isso, ano passado tivemos uma ‘não-festa de 15 anos’ e agora temos uma ‘não festa de 16’… e assim o tempo passa. A vida passa. Sabemos que tudo passa, não é mesmo? E isso guarda uma grande sabedoria.
Então o que fazemos com isso? Sentar e chorar não resolve – a gente afunda na tristeza coletiva e pesa mais ainda. Reclamar só atrai porcarias: coloca uma lente de aumento nos problemas e deixamos de perceber as coisas boas. Praguejar… então é uma das piores energias que podemos acessar. Dessa forma, ficamos na raiva e isso contamina outras áreas da vida.
Qual a receita para ficar bem nessa época?
Devolver tudo ou 99% de todos os sentimentos e pensamentos nocivos que me afligem, o dia todo, todos os dias. Sim, devolver como se devolve uma correspondência entregue na casa errada. Sim, devolver porque eu sei que boa parte do que eu sinto em mim não é meu sentimento, grande parte do que eu penso na minha mente não é meu pensamento… Simplesmente porque sou assim, antena captando 24h sete dias por semana.
Colocar música de qualidade em casa. Pode ser o tempo todo, pode inclusive colocar com o som no mínimo para não atrapalhar o trabalho – a vibração vai reverberar da mesma forma.
Perfumar a casa com flores, incensos, ligue o difusor com óleos essenciais de alegria e energia elevada como os cítricos, alecrim, hortelã pimenta, gerânio, sálvia. São várias opções e você com certeza saberá escolher.
Decorar a casa com capricho. Aproveite para descartar o que não usa ou não serve mais. Aproveite para doar roupas, comida, móveis, objetos sem valor afetivo que ficam entupindo sua casa de memórias nem sempre alegres.
E, principalmente, cuide da casa mais importante de todas: o seu corpo. Cuide dele como se cuidasse do seu bem mais precioso – e é! Cuide do alimento que ingere: comida, bebida, tudo em que você pousa a visão é uma informação que entra no seu sistema – pode vir de livros, revistas, filmes e programas de TV, atenção para não serem recheados de temas negativos ou violentos.
Nós educamos os nossos sentidos para o belo ou para o asqueroso. Cada vez que escolhemos ver filmes de guerra, por exemplo, estamos nos habituando à violência. Soluções violentas, imposições, tiranias começam a ser consideradas ‘normais’, justas, aceitáveis. Se você chupar limão todos os dias, com o tempo, acostuma-se ao sabor e o limão deixa de ser tão amargo. Se você se muda para o Alaska, com o tempo, 10 graus de temperatura pode parecer quente a ponto de você sair sem agasalho. Para quem mora nos trópicos, isso seria impensável porém, depois de um ou dois invernos, o seu corpo se acostuma.
Como você está educando o seu sistema, o dos seus filhos?
Jesus deixou a porta da sepultura aberta – só pode ter sido de propósito. Vamos pegar carona nesse caminho de transformação, deixar a cruz, o sofrimento no passado e viver a verdade que liberta? Não a verdade que vem de fora, implantada, mas a nossa verdade. O que se requer para você crer sem ver, crer sem ter provas materiais, crer porque você sabe que é possível?
O que se requer para que a sua vida seja a mais maravilhosa que pode imaginar?